“Com
amor, Van Gogh” veio para revolucionar uma nova era do cinema contemporâneo. As
obras do pintor trazem uma riqueza de detalhes impressionantes, nas suas
marcantes técnica com a pintura em óleo, a escolha das cores e o jogo de luz e
sombra. Seguindo as mesmas características do artista, a animação precisou
contar com mais de 125 pintores, durante seis anos, para retratar os 65 mil
frames do filme. O resultado, visualmente falando, é fascinante.
Revisitando
todas as mais de 800 pinturas realizadas por Van Gogh durante oito anos. É um
deleite para cada espectador identificar as famosas obras do pintor e, ter o
privilégio de ver as pinturas e os diversos personagens ganharem vidas. Simpatizantes,
conhecidos, grandes amigos e familiares retratados nas inconfundíveis quadros
de Van Gogh, são envolvidos no mistério de sua morte. Resta a Armand Roulin
descobrir quem foi o responsável por tal crueldade ou se foi realmente
suicídio.
Um
ano após o falecimento de Van Gogh, “Com amor, Van Gogh” diferencia de outras
produções cinebiograficas do artista. A direção assinada pela dupla Dorota Kobiela e Hugh Welchman acertaram em não se propor a
contar a triste história da vida do pintor, mas sim em criar uma trama
investigativa sobre a razão de sua morte. As cenas em que ele aparece no
passado são representadas com o perfeito uso de flashbacks em preto e branco,
realçando a sua vida melancólica e depressiva.

Diante
do trabalho árduo em cima do visual, a narrativa acaba ficando em segundo
plano. O âmbito investigativo não há um quê de mistério e torna-se massante, em
determinados momentos, devido ao vai e vem de Armand Roulin conversar com todos
diversos personagens envolvidos na morte de Van Gogh. Entretanto, a trama está
mais preocupada em contextualizar a vida do pintor e, suas aflições, como
também em desmoralizar a ideia do artista ser um completo louco.
De
uma experiência única, “Com amor, Van Gogh” mostrou que valeu a pena esperar os
seis anos de puro trabalho, representando uma nova era no cinema moderno e
merece ser conferida, para aqueles amantes do cinema e também de Van Gogh.
NOTA: 8,5
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