Estreias

quinta-feira, 11 de janeiro de 2018

Crítica - 'Com Amor, Van Gogh'


   “Com amor, Van Gogh” veio para revolucionar uma nova era do cinema contemporâneo. As obras do pintor trazem uma riqueza de detalhes impressionantes, nas suas marcantes técnica com a pintura em óleo, a escolha das cores e o jogo de luz e sombra. Seguindo as mesmas características do artista, a animação precisou contar com mais de 125 pintores, durante seis anos, para retratar os 65 mil frames do filme. O resultado, visualmente falando, é fascinante.         

  Revisitando todas as mais de 800 pinturas realizadas por Van Gogh durante oito anos. É um deleite para cada espectador identificar as famosas obras do pintor e, ter o privilégio de ver as pinturas e os diversos personagens ganharem vidas. Simpatizantes, conhecidos, grandes amigos e familiares retratados nas inconfundíveis quadros de Van Gogh, são envolvidos no mistério de sua morte. Resta a Armand Roulin descobrir quem foi o responsável por tal crueldade ou se foi realmente suicídio.                

  Um ano após o falecimento de Van Gogh, “Com amor, Van Gogh” diferencia de outras produções cinebiograficas do artista. A direção assinada pela dupla Dorota Kobiela e Hugh Welchman acertaram em não se propor a contar a triste história da vida do pintor, mas sim em criar uma trama investigativa sobre a razão de sua morte. As cenas em que ele aparece no passado são representadas com o perfeito uso de flashbacks em preto e branco, realçando a sua vida melancólica e depressiva.     

  Transitando entre flashbacks e a viagem de Roulin, cujo objetivo é entregar uma carta perdida do pintor, endereçada ao irmão, Theo. A edição inventiva em fade-in, fade-out, match cut, entre outros.. É precisa para esse tipo de animação, no intuito de não cansar o espectador e, vangloriar cada frame criando um impacto visual tão surpreendente, absorvente e deslumbrante. Quando saímos do preto e branco para as belezas das cores típicas de Van Gogh, voltamos a nos encantar.                 

    Diante do trabalho árduo em cima do visual, a narrativa acaba ficando em segundo plano. O âmbito investigativo não há um quê de mistério e torna-se massante, em determinados momentos, devido ao vai e vem de Armand Roulin conversar com todos diversos personagens envolvidos na morte de Van Gogh. Entretanto, a trama está mais preocupada em contextualizar a vida do pintor e, suas aflições, como também em desmoralizar a ideia do artista ser um completo louco.                      

  De uma experiência única, “Com amor, Van Gogh” mostrou que valeu a pena esperar os seis anos de puro trabalho, representando uma nova era no cinema moderno e merece ser conferida, para aqueles amantes do cinema e também de Van Gogh.   

                   
NOTA: 8,5

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