Estreias

quinta-feira, 18 de janeiro de 2018

Crítica - 'Lady Bird'


   Com apenas 34 anos, Greta Gerwin se tornou um grande ícone do cinema independente nos Estados Unidos. Além de atriz e roteirista, Gerwin veio para se firmar também como diretora em sua estréia solo em ‘Lady Bird – A Hora de Voar’. Voando alto na carreira (desculpe o trocadilho), uma indicação ao Oscar de Melhor filme do ano não seria nenhum exagero. 

   A trama acompanha a adolescente Christine McPherson (Saoirse Ronan, de Brooklin), uma típica garota de 17 anos, também conhecida como ‘Lady Bird’. Ela não vê a hora de estudar em uma universidade da Costa Leste, para assim fugir de sua tão depreciada cidade de Sacramento e de sua mãe (Laurie Metcalf) controladora.    

   Mesmo com uma trama simples, despretensiosa e corriqueira, Greta Gerwin encontra originalidade nas entrelinhas. Acompanhando a vida adolescente de Lady Bird, passamos a compreender todas as frustrações vivenciadas por ela, tanto no âmbito pessoal como amoroso. Por meio disso, a direção de Gerwin adota um ritmo agradável aos olhos do público, narrando todos os eventos com total naturalidade e o mais leve possível.         

   Não há um melodrama barato e momentos dramáticos manipulativos, a diretora encontra o tom perfeito para o drama e a comédia. Que por sinal, a comédia comedida e sarcástica reforça ainda mais os subtextos presentes no longa-metragem. Tudo é muito natural, leve, gostoso de assistir e o efeito causa - conseqüência da protagonista tem um forte impacto a personalidade de Lady Bird, e denota a grandeza do filme em relação a outros do gênero.    

  Diante de suas frustrações a anseio, de aflições à maturidade e da dramaticidade à comédia, Saoirse Ronan encontrou o equilíbrio para todos os nuances de sua personagem, contribuindo para a leveza do filme, até mesmo com sua voz doce. Em suas objeções, a atriz Laurie Metcalf brilhou na pele da mãe de Lady Bird, apresentando sua forte personalidade como uma mãe controladora, severa, mas no fundo vemos seu grande amor. Ambas as atrizes merecem uma indicação ao Oscar. 

  Passando por vários eventos durante sua projeção, ‘Lady Bird’ não se preocupa em desenvolver a fundo seus subtextos e os personagens secundários. Em consequencia, o pai de Christine e sua paixão (Timothée Chalamet), são personagens clichês de uma única caracterização, visto em milhares de outros filmes do gênero. Certas passagens também são previsíveis e não porta progresso dentro da trama, como o amigo (Lucas Hedge), os irmãos de Christine, os ensaios do teatro e os dilemas da escola.     

  Mesmo seguindo alguns clichês gênero, a diretora Greta Gerwin veio para colocar seu nome atrás das câmeras. Com uma singela mensagem sobre amadurecimento, aprender e seguir em frente, ‘Lady Bird’ é o filme mais agradável e aprazível do ano.  
  

NOTA: 8,0

    

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