Billy
Jean King foi um grande exemplo dentro e fora das quadras de tênis. Vencedora
de doze Grand Slams, seis títulos em Wimbledom, quatro US-Open e número um do
mundo como a melhor tenista durante os anos 60. King não foi apenas uma atleta
detentora de notáveis títulos. Sua representativa fora das quatros linhas
também ganhou repercussões grandiosas na sua luta pela igualdade de gênero e
liberdade da comunidade LGBT.
‘A
Guerra dos Sexos’ reconhece os esforços das mulheres no ano de 1973 e centra-se
na atleta campeã mundial de tênis, Billy Jean King (Emma Stone). Após recusar o
torneio, cuja premiação monetária previa valores oitos vezes maiores para a
categoria masculina, King e outras tenistas profissionais decidem fundar a
Associação de Tênis Feminino, iniciando seu próprio campeonato. Aproveitando a
situação e a vitória de King em seu último torneio, o ex-campeão Bobby Riggs
(Steve Carell), a desafia para uma partida, que fico conhecida como Battle
of the Sexes.
Mesmo
tendo como plano de fundo a batalha King versus Riggs, o foco narrativo está na
particularidade de seus dois atletas. A direção assinada pela dupla Jonathan
Dayton e Valerie Faris (conhecidos por ‘Pequena Miss Sunshine’) divide a trama
em arcos bem definidos: a vida pessoal dos tenistas, a luta de King pela
igualdade de gênero e o retrato histórico dos direitos civis da época e, por
fim, a grande decisão.
Em
meio a uma forte temática que vem sendo discutidos até nos dias atuais, a
direção da dupla não imprimi a força de seu real conteúdo. A luta constante de
King em provar a influência feminina e combater o machismo daquela época, não
transmite ao espectador um forte senso de realismo e desprezo. Muito disso
advém de diálogos pontuais a cerca da vida pessoal da atleta, em dissimular as
frases de Riggs e jogar palavras misóginas para um comentarista.
Em
contrapartida, passamos a sentir todo o peso carregado pela protagonista nos
minutos finais da produção, sendo realçadas pela brilhante atuação de Emma
Stone. Parecida fisicamente com Billy Jean em seu ótimo trabalho corporal e
emocional, passando por conflitos internos
sobre a sua verdadeira identidade sexual. A atriz repete mais um magnífico trabalho após
La La Land, podendo render novamente uma indicação ao Oscar. Do outro lado, Steven Carell imprime um carisma enorme pelo
seu personagem e, comprovando seu ótimo timing-cômico para a trama.
‘A
Guerra dos Sexos’ cresce em seus minutos finais exibindo
a tão aguardada batalha em imagens de arquivos e uma ótima montagem, sabendo o
momento certo em transmitir o jogo de tênis e focar em seus personagens. Mas
não soube entregar a força de seu tema gastando tempo suficiente para
transmitir uma mensagem já compreendida
pelos espectadores.
NOTA: 7,2
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