Tornou-se
corriqueiro o cinema retratar o ápice de um grupo mafioso ou estabelecer
divergências militantes em questão, e não deliberar exclusivamente o ponto
inicial de onde tudo isso começou. Afinal,
como surgiram às máfias e quais os fatores sociais, políticos e cívicos regem a
postura destes grupos miliciantes? Seguindo estas questões, os diretores Ciro
Guerra e Cristina Galego ambientam o mundo do narcotráfico no norte da Colômbia
em ‘Pássaros de Verão’.
Representante
colombiano para a corrida do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro, ‘Pássaros de Verão’ centra-se sobre o
território do povo Wayuu, localizado no nordeste da Colômbia e noroeste da
Venezuela. Nesse período, o Ciclo da Borracha que movia as atividades
econômicas da região perdeu espaço com o nascimento do narcotráfico colombiano,
Era conhecida como Bonanza Marimbera.
A
direção assinada por Ciro Guerra e Cristina Galego conduz a narrativa
progressivamente a ponto de compreendermos e habituarmos aos costumes e padrões
daquela comunidade. Assim sendo, pouco a pouco aquela cultura antes comedida,
unida e resguardada pelo seu modo de pensar, agir e sentir se perde
gradualmente provocando desarmonia do coletivo aos conflitos individualistas
ante o surgimento do tráfico na região. Consequentemente,
o desvio daqueles sensibilizados pela ganância de querer mais e mais lucros colocam
os seus valores acima da realidade e, assim o desmanche está diante de nossos
olhos.

Severo
ao discutir questões sociopolíticas e as engrenagens do sistema arbítrio
vigente daquela época difundida em sua mensagem poderosíssima, Pássaros de
Verão’ é um soco no estomago provando o quão a ganância dos homens podem o
levar a caminhos obscuros e sua insensatez ao privilegiar a soberba e a riqueza
acima da família e da cultura.
NOTA: 8,4