Mesmo
com uma filmografia curta em sua carreira, o cineasta Alfonso Cuarón chega a um
patamar absurdo em seu novo projeto, ‘Roma’. Conhecido pelos ótimos ‘Filhos da
Esperança’, o terceiro e mais elogiado capitulo da saga ‘Harry Potter’ e
‘Gravidade’, este último responsável pela sua conquista do Oscar de melhor
diretor. Dessa vez, Cuarón chega a um nível surpreendente de fazer cinema e
carimba de vez seu nome como um dos melhores diretores em atividade.
Baseado
nas memórias efetiva do cineasta dedicando a obra àquela que fez parte de sua
formação, a trama acompanha um ano da vida de uma família no México, em 1970, a
partir do ponto de vista da empregada doméstica, Cleo (Yalitza Aparicio).
Em
‘Roma’, Alfonso Cuarón entrega o seu filme mais intimo e pessoal da carreira.
Com sua direção optando pela cinematografia em 65mm preto e branco limpo e
digital, a câmera estática e distante dos personagens movimentando suavemente
nas horizontais, em meio tracking shots delicados e tomadas em 360º. Fornece a
todos nós a experiência de sermos os fantasmas dessa comovente memória onde contemplamos
uma vida regada de anseios, porventura, trivialidades, angústias, motivações e
razões.

Por
essas e outras, o filme nos entrega cenas grandiosas e memoráveis em que cada
um de nós irá se identificar com algumas delas. Mesmo que o ritmo lento
desagrade alguns, ‘Roma’ é uma obra intimista, verossímil e convidativa as
experiências sensoriais, partilhando os sentimentos mais íntimos de sua
protagonista, Cleo.
Sensível,
humano, verdadeiro e tocante, Alfonso Cuarón da uma aula de cinema em ‘Roma’ e
nos motiva a olhar a nossa história, sem deixar de lado aqueles que fizeram
parte de nossas essências.
NOTA: 9,1
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