Estreias

domingo, 30 de dezembro de 2018

Crítica - 'Traffik - Liberdade Roubada'



   Poucas produções embarcam na temática do tráfico de pessoas com contundência e verossimilhança. A ideia do realizador Deon Taylor ao abordar o assunto nas telas do cinema, poderia render grandes reflexões e servir como plataforma para possíveis denúncias, porém seu ‘Traffik – Liberdade Roubada’ está bem longe disso.

    A trama acompanha a chegada dos futuros noivos Brea (Paula Patton) e John (Omar Epps) a uma belíssima casa no alto das montanhas. Porém, os pequenos contratempos durante a viagem envolvendo uma gangue de motoqueiros, ganham maior distinção quando eles batem na porta do romântico casal.

   A direção e o roteiro assinado pelo desconhecido Deon Taylor não tem controle sob as diferentes vertentes de sua narrativa.  Seguindo uma estrutura familiar ao excelente ‘Corra (2017)’, somos introduzidos a relação de John e Brea e as desavenças surgidas durante a viagem. Há uma boa construção do suspense em cima do casal principal, porém não é sustentando devido a presença dos personagens secundários desprovidos de personalidade, de diálogos inteligentes, além de tomar decisões questionáveis e mal interpretadas pelos coadjuvantes Laz Alonso e Roselyn Sanchez. 

    Quando o filme concentra-se no suspense em cima do casal, é possível se divertir pelo bom ritmo e pelo clima de angústia. Conseqüentemente, ‘Traffik – Liberdade Roubada’ caminha mais para uma produção de superação e redenção de um herói, quando na verdade estamos diante de uma história sobre o tráfico de escravas sexuais. Tal questão é colocada em segundo plano e não traz o impacto necessário para tornar a experiência num filme denúncia.  

     Com a câmera sempre posicionada valorizando suas belas curvas, Paula Patton convence na pele da corajosa Brea. Mesmo com pouco material, Omar Epps (o Foreman da série ‘House’) é operante. E os vilões, que poderiam acrescentar tanto à trama, se resumem em ser somente práticos. Perdendo uma grande oportunidade de trazer uma relevante mensagem para os dias atuais, ‘Traffik – Liberdade Roubada’ passa uma ideia , mas na verdade apresenta outra.


NOTA: 5,0

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