Estreias

segunda-feira, 31 de dezembro de 2018

Crítica - 'Colette'


  Os filmes de época se tornaram a marca registrada da filmografia de Keira Knigtley. Conhecida pelos seus papeis nos ótimos ‘Orgulho e Preconceito’, ‘Desejo e Reparação’, do bom ‘Anna Karenina’, entre muitas outras produções envoltas de séculos passados. A atriz agora respira os ares da Belle Epoque e entrega uma de suas melhores atuações da carreira em ‘Colette’.                            

    A trama retrata o momento mais impactante da vida de uma das maiores escritoras e romancistas francesas de todos os tempos, Sidonie-Gabrielle Colette. Focando no inicio da carreira da futura autora (Keira Knightley), acompanhamos as suas raízes camponesas e seu casamento com Willy (Dominic West), autor renomado em Paris que ganha seu montante publicando o trabalho de outros em seu nome.  

   A direção e uma parcela do roteiro assinado por Wash Westmoreland mantém a estrutura formulaica de cinebiografias, mas oferece a obra um desenvolvimento procedente e sólido para Colette. Focando exclusivamente na força de sua protagonista e o poder de sua voz perante a uma sociedade regado por comportamentos machistas. O roteiro explora com perfeição os nuances da personagem passando de uma jovem ingênua do campo a uma mulher forte, independente e com ideias progressistas a frente de seu tempo, como também para os padrões atuais.    

  Porém, nada disso teria êxito senão fosse à atuação impecável de Keira Knightley. A evolução de sua personagem é o cerne de ‘Colette’, e a atriz passa por um turbilhão de emoções durante seu relacionamento abusivo e nas objeções, Knightley rende as melhores cenas do filme. Quem também convence é Dominic West na pele de um marido provocativo, machista e que no fundo reconhece sua dependência no talento da esposa.  

  Essa tal dependência é metaforizado inteligentemente por Westmoreland durante certas passagens da trama e também sugere o melhor de Colette pelas atitudes grosseiras do marido. Sem Willy, as obras não existiriam. Mas com Willy, a protagonista cresce e o cineasta soube dualizar tais preceitos e emoções. 

  Valorizando a literatura francesa e sua grande expoente no final de século XIX, ‘Colette’ expõe as dificuldades das mulheres em um período proeminente machista e incentiva as mesmas a expressar suas comoções nos dias atuais.    

NOTA: 7,5

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