Adaptar
obras de Shakespeare não é um trabalho fácil. Cada um tem uma maneira de
interpretar, e a visão do cineasta Justin Kurzel é intensa, pujante, gananciosa
e dispõe do grande ator Michael Fassbender e a ótima atriz Marion Coutillard
para viver personagens icônicos no texto complexo da obra ‘Macbeth – Ambição e
Guerra’.
Fiel
ao texto original, a trama acompanha Macbeth (Fassbender), general do exercito
escocês que após o pressagio de três bruxas, ele é alimentado pela idéia de se
tornar monarca e elaborar um plano fatal contra seu rei, também sob a
influencia de sua esposa Lady Macbeth (Coutillard).
Assim
como toda obra de Shakespeare, aqui não poderia ser diferente. O diálogo
arcaico e requintado é predominante do filme, tornando a produção muito próxima
da obra original e conquistando os fãs do dramaturgo inglês, porém para alguns
os longos diálogos e monólogos desaceleram o ritmo do longa podendo soar
arrastado tornando os 110 minutos desgastantes.
Diante
disso, para compensar o ritmo lento, somos presenteados com atuações de
primeira. Conduzindo a narrativa demonstrando os nuances pelo qual Macbeth
passa de um homem integro a loucura, Fassbender está excelente no papel. Uma
pena o filme demonstrar essa transição de maneira abrupta. Já a francesa
Coutillard não fica atrás transmitindo toda a compostura da personagem, além de
momentos de ternura, tormento e cansaço emocional, e realiza um monólogo
sensacional – digno de receber uma indicação ao Oscar.
O
trabalho de direção de Kurzel se mostra acertada nos minutos iniciais. O
diretor não poupa sangue e cede um tom mais violento a obra, entregando uma
batalha intensa lidando muito bem com a câmera lenta montada com elementos
entorpecentes. Não apenas isso, a fotografia é simplesmente sensacional e
engenhosa predominando tons opacos e um avermelhado saturado, ajudando a compor
a narrativa.
Cinematograficamente fantástico, os cenários são belíssimos
e o design de produção é excelente. ‘Macbeth – Ambição e Guerra’ pode não
entreter a todos, porém segue fiel a obra original, é visualmente impactante e
os amantes de Shakespere têm tudo para apreciar essa nova obra.
NOTA: 7,8
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